Não há cura para aquilo que não é doença. A Policlínica Fluminense Xavantes, em parceria com a Saúde de Belford Roxo, inaugurou um espaço para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis (LGBT) receberem acolhimento e atendimento especializado de saúde no município. A unidade é pioneira na Baixada Fluminense em oferecer serviços de Atenção Básica e promover a saúde integral da população LGBT+.
Os atendimentos serão feitos inicialmente por uma equipe multidisciplinar através de indicações e agendamentos no Centro de Cidadania LGBTI Baixada II e do Grupo Triângulo Rosa de Belford Roxo. Os serviços oferecidos no acolhimento serão: triagem, anamnese, clínico geral, enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta. Caso seja necessário, será possível receber encaminhamento para outras especialidades em outras unidades de saúde do município. O funcionamento especializado ocorre todas as terças e quintas na Policlínica, que prevê cerca de 20 atendimentos semanais para estudar a demanda local.
O espaço também contará com palestras, oficinas, ações de saúde mental, assistência social, com uma recepção humanizada e respeitando as individualidades dos usuários. O objetivo do atendimento especializado é ser o ponto de partida para o público-alvo cuidar da saúde com acompanhamento profissional.
Acesso igualitário
O secretário municipal de Saúde, Christian Vieira, reforçou os cuidados com o público LGBT+. “Ficamos felizes de promover e fortalecer o acesso igualitário e integral à rede de atenção à saúde”, pontuou. “Esse é fruto de um trabalho em conjunto com a rede privada para reduzir a desigualdade e vulnerabilidade de saúde vivenciadas por essa população”, completou Christian.
A diretora de enfermagem da Policlínica Xavantes, Elaine Marcelino, foi a madrinha do evento de inauguração e coordenará a equipe de atendimento. “Estou animada por estar à frente desse projeto que vai gerar dados e estatísticas que reforçam a importância desse acompanhamento LGBT no município”, frisou. “Esse trabalho integrado é resultado de uma grande luta intersetorial que culmina nesse espaço especializado para abraçar essa demanda”, acrescentou Elaine.
A dona de casa “X”, 51 anos, 51, descobriu o diagnóstico de soropositivo há 21 anos e ficou animada com o novo espaço. “Sentimos uma necessidade desse acolhimento e acompanhamento especializado no município, fico muito feliz com a novidade”, comentou. “Realizo meu tratamento no Cace de Santa Maria e vejo muitas pessoas do grupo LGBT+ sem informação e sem entender os direitos que possuem como cidadãos. Agora eles terão acesso a esse local especial que vai ajudar essas pessoas e prestar assistência de qualidade”, concluiu.
Participaram da inauguração o empresário do ramo da saúde, Leandro Santoro, a coordenadora do Centro de Cidadania LGBTI Baixada II, Ana Costa, a coordenadora do Grupo Triângulo Rosa de Belford Roxo, Andressa Freitas, o gerente operacional da Policlínica Xavantes, Anderson Primo, o diretor-geral do Grupo Hospitalar Fluminense, Paulo Henrique, a diretora-geral do Hospital Fluminense, Luana Santos, o chefe dos médicos do município, Raphael Abdalah, o chefe de investigação da Delegacia de Atendimento à Mulher de Belford Roxo, Alexandre Ferraz, representantes da secretaria de Saúde e policiais militares do 39º Batalhão de Belford Roxo.